quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Snobs de Merda


Tudo o que esta gente é, é.
Frustrados, irrealistas. Cínicos.
Aqui ou aí, tá tudo mau, péssimo.
Esta gente não tem nada na cabeça. E elas? Elas vestem Prada para sobrepor o intelecto.
Esta mediocridade esgana-me, cansa-me.
Aqui ou lá. Assim não dá.
Assim não dá. Os outros abrem a porta como escravos. Seguram a maçaneta da mudança.
E eles? Eles passam, os ricos, estilosos, rancorosos. Os Administradores.
Eu provoco. Eu é que escolho o que sou e serei. Hoje e amanhã. Para sempre. Eu passei na porta que seguravam para os snobs. Eu levantei o queixo e não cumprimentei.
Esta gente é do pior. Eu odeio fulanos que pensam que são gente.
Tá tudo mau, mal, péssimo.
Elas não dizem nada. Só têm caca. Merda na cabeça.
Elas são as mulheres. Fúteis, vestem Dolce e pintam Gabanna.
Tou farta destes corações que não vivem o momento e produzem segregação.
Estou sedenta de uma mudança que não existe.
Malvada geração que não pinta alteração.
Delinquentes, anormais. Tremem com telemóveis na mão. São a sabedoria da riqueza.
São a merda que invade o mundo.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

A minha imagem


Quando todos nos queixamos da vida que levamos, quando todos discutimos por algo melhor e lutamos pela força dentro do mundo, quando isso acontece eu estou sentada no muro virado para o mar.
Estou lá, calma e serena, calada e silenciosa, feliz e revoltada. Só estou lá e só estou.
Vejo tudo à minha volta e tudo à minha volta é triste. Vejo o pescador africano que ainda não dormiu, que parte no seu barco velho com os filhos e a rede assassina. Vejo as árvores secas e sedentas de mudança, vejo o mar tão perfeito e tão sujo. Vejo a estrada que piora de dia pra dia. Vejo a casa do rico que nunca fez nada por isto, que acorda sobre o mar e se deita sobre a lua, que ignora qualquer cheiro a pobreza.
Eu estou ali, sentada no muro virado para o mar, encolhida e adormecida nos pensamentos. Eu estou ali com os meus cabelos ao vento e as minha curvas apertadas. Estou ali a pensar o quanto somos injustos com a vida, com os que nos rodeiam. Estou ali apenas para admirar o pescador. Pra mim, pra mim ele é a imagem da vida, da procura, da tentativa.... Ele é o Homem que vive para controlar o incontrolável. O mar.
Ele é a minha imagem.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Para ti meu amor


Pedi a vida inteira
para encontrar o amor verdadeiro
que fosse mais que um homem
acima de tudo, companheiro.

Que soubesse o meu sonho
e não o achasse impossível
que me amasse tanto
que o mínimo seria o infinito.

Sei que te encontrei
e não te deixarei
pois contigo não conto o tempo.

Vivo cada hora,
Aqui e agora,cada instante a todo o momento.

Mimos


Realmente às vez desconfio desta bondade que me rodeia.
Sou demasiadamente bem tratada nesta Terra. Por todos.
Respeitam-me.
Eu também trato bem as pessoas. Não faço distinções entre cores, culturas e posições sociais. Digo aquilo que penso e que acho. Sou bruta, magoou quando mais ninguém o faz. E é por isso que hoje estavam a tirar-me sangue no posto médico do Banco e senti-me uma verdadeira rainha de coroa e jóias em punho.
As enfermeiras adoram-me e acho que ficaram surpreendidas quando, no outro dia, acompanhei uma mamana africana velhíssima no elevador e carreguei o saco dela, pesadíssimo, e o garrafão de cinco litros. Carreguei e levei-a até ao posto médico, segurando-a pelo braço enquanto subia as escadas.
E é por isso que esta manhã estava sentada na enfermaria rodeada de bondade. Adorei. Lá estava eu sentada e dizia a enfermeira: Dr.ª vou apertar o braço, Dr.ª tem boa veia, Dr.ª fecha a mão, Dr.ª vou picar, Dr.ª pode ir.
Sou uma perfeita mimada. Mimada por tudo e todos. É pela família, pelo namorado, pelos amigos, pelos colegas, pelo povo da rua que me cumprimenta todos os dias, pelo mundo! Isto é só mimos.E é por isso que vou continuar a respeitar a vida que me rodeia. Porque quero mais.
P.S. Até biscoitos de canela, com leite de soja, óleo e sem claras me fazem no escritório. Acabei de comer um. Tá óptimooooooooo.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Velha Ranzinza

Eram ontem 23 horas e eu ria-me que nem uma perdida na cama com a minha melhor amiga, chorávamos as duas.
Decidimos dormir juntas e para variar, enquanto ela vê séries no meu computador, eu adormeço agarrada à minha girafa. Acordou-me para me perguntar se não tinha vergonha de, com 26 anos, adormecer agarrada a um boneco a massajar-lhe as orelhas. Não, não tenho, adorooooooooooooo. É óptimo.
É claro que me despertou, do meu sono de beleza, para me chatear e chamar-me de velha ranzinza. E esta critica fez-me lembrar a triste figura que fiz no outro dia quando o meu guarda me bate à porta e diz: “menina, está um homem lá fora para falar consigo”. Eram 22 horas e eu estava muito cansada, estava mesmo com má cara. Cheguei cá fora e dou de caras com o meu chefe, todo soado, com a gravata à volta da barriga, o peito à mostra e com um ar de desesperado. Tinha deixado a chave do lado de lá da porta enquanto acalmava a cadela. Não tinha o número da mulher nem chaves do carro.
Só ontem é que me lembrei da minha triste figura. Eu não sei se deva contar isto, mas cá vai.
Eu apareci à porta, de pijama com ursinhos, e a cara cheia de halibut. Sim, é verdade. Passei-me. Distrai-me. Tinha posto halibut nas bochechas para hidratar a pele porque está extremamente seca e sensível devido a um tratamento que estou a fazer.
Pior? Coloquei o roupão do banho, que é branco e estava molhado, tinha ainda a toalha na cabeça e umas pantufas cor-de-rosa, aliás, dois porcos nos pés.
Uma das minhas lentes dos óculos estava cheia de halibut, não via nada e só reparei nesta desgraça toda depois de me sentar com ele na sala com a luz mais forte ligada. Que vergonhaaaaaaaaaaa.
Eu contava este cenário ontem e ria-me às gargalhadas. A minha amiga diz que eu já não tenho cura e que devia ter cuidado porque um dia apresento-me assim ao homem da minha vida. Será que é assim tão mau? Eu ando sempre arranjadinha de dia, não ando? Dêem-me lá uma folga.
Enquanto nos riamos eu aproveitei para tomar os meus medicamentos e pronto, foi o descalabro total. “Tu vais ser uma velha ranzinza que separa os medicamentos no final do dia e toma os brancos com os brancos e os azuis com os azuis!!!”.Ela não parava de me chatear. Ó pá sou doente, tenho asma, respiro mal e agora?

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Visão tecnicista assustadora


Estou esgotada psicologicamente. Rezo todos os dias para chegar rapidamente o dia 30 e embarcar daqui para fora. Estou entusiasmadissima com a super viajem que o meu grupo vai fazer para terras sul africanas. Vamos curtir a noite da cidade mais perigosa do mundo. Huuuuuuuu. A Taboo já me espera. Tenho que me abstrair de tudo.
A minha vida profissional suga-me até à medula. E o pior é que, por vezes, sinto que me estou a transformar numa técnica no verdadeiro sentido da palavra, o que é horrível. Os técnicos têm o horrível defeito de transformarem a visão humana em visão animal, de cavalo. Vêem para a frente, como se tivessem palas laterais nos olhos.
É com os técnicos deste Banco que me irrito, que discuto, que suspiro. O técnico perde por completo a visão comercial, a sensibilidade humana. Vive do cognitivo e mata o emocional. Estou a ser radical? Não.
A minha sorte é que lido com variadissimas áreas e tenho muita liberdade dentro e fora das minhas funções e é essa liberdade que me ajuda a deixar de lado esta visão tecnicista que criamos quando trabalhamos em organizações enormes e nos atribuem funções especificas.
A minha sorte é que tenho um chefe idiota que de vez em quando me dá um carolo e diz: “Abstraia-se, deixe a parte técnica de lado, crie”.
A minha sorte é que lido com os comerciais todos os dias e percebo as suas frustrações, questiono e provoco os clientes e percebo as suas insatisfações, dialogo com os quadros do banco e percebo o seu cansaço.
Dizia-me um amigo que estou perdida em Moçambique, subaproveitada. Que deveria estar num País super desenvolvido a aplicar este cansaço emocional em sistemas funcionais. Eu digo que, apesar de todos os contras, estou bem.
A vantagem de crescer profissionalmente em África é aprender a gerir pessoas no seu verdadeiro sentido. Aprender a transformar pessoas em capital humano. A superar barreiras numa economia debilitada. Ultrapassar problemas dentro de um sistema político falhado.
Num País onde tanto está por fazer, num País assim conseguir-se-á aplicar Gestão no seu mais puro conceito. Conseguir-se-á teorizar o conceito “Gestão”.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

O meu bom gosto

Este ano vai ser um ano de escândalos na minha vida. Um ano de mutações tremendas.
Ano da concretização do impossível.
Digam lá se eu não tenho bom gosto? Este é o carro dos meus sonhos. É o carro que vou comprar num futuro próximo, ó não me chamo Preta.
Faço questão de ir ao Dolce Vita todos os dias ao final da tarde só para o ouvir arrancar. Três mil a gasolina com seis cilindros em V.
Adoro carros, passo-me, é o meu fetiche. E eu num carrito tão modesto como este ficava a matar. Ó não ficava?
Vou chocar tudo e todos este ano. Vou. Vou deixar de ser politicamente correcta (também nunca o fui) e vou fazer um piercing num sitio que se veja BEM, outra tatuagem e uma compra grandiosa. O meu carro. Vou entrar em grande neste Banco e deixar tudo chocado. Vou auto despedir-me. Ficam aqui os meus votos futuristicos.
Escrevo para me lembrar dos meus objectivos estratégicos para 2009.



quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Ajuda precisa-se


Ninguém me entende. Estou deprimida.
Ninguém se preocupa com as minhas alergias e compram-me e oferecem-me produtos com lactose. Parece que até fazem de propósito.
Tou ontem num aniversário e cortam a maior fatia de bolo para mim. Que raiva!
O meu Sirloin vem com molho de natas, os vegetais com manteiga e as batatas com queijo.
Já não sei o que faça. Ninguém quer saber.
Em casa compram tudo com lactose. É bolachas, molhos, doces, tudoooooooo. Que nervos.
Não sou entendida. Não sou mesmo.
E para piorar este desprezo que têm por mim, decidi, depois de 67 páginas de tese de mestrado escritas, pensar em procurar um revisor. Não dá, não consigo. Uns dizem, envia que eu corto tudo, outros lêem e não entendem nada. Não entendem, não vão entender porque eu acho que já me estou a esticar e já tou na onda do Doutoramento.
Tou desesperada. Mais uma vez terei que me desenrascar sozinha, aprender sozinha, desabafar sozinha........ sempre tudo sozinha, à minha maneira.Estou esgotada. Faço tudo. Estudo bem e muito, trabalho demasiado e sob pressão, namoro, saio à noite, trato dos meus pais, dos meus amigos. Não dá mais! Vou rebentar.

Admito e confeço, preciso de ajuda.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

A Girafa Trapalhona

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segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

As amêndoas


Esta intolerância à lactose está a dar cabo de mim. Não tinha nada doce em casa, para além de fruta e bolachas com leite e decidi atacar umas amêndoas com um ano de vida, fora de prazo e amarelas, sim, amarelas………. Ainda encontro uma ou outra branca.
Mastigo, neste preciso momento, uma amêndoa que me sabe a ranço, ughhhh, que nojo. Mas eu preciso de açúcar, a sério. Vocês nunca entenderão este dilema, esta angústia. Experimentem ir ao supermercado à secção de bolachas, doces, temperos líquidos e outras coisas mais e reparem que tudo tem sólidos do leite. Percebem agora a cena das amêndoas?
Quanto pior me sabem, mais como, porquê? Porque tou sempre na esperança de meter uma amêndoa saborosa à boca e tirar este sabor horrível da língua.
Vocês não imaginam o que é provar do bom, comer do bom durante 25 anos e hoje, não poder tocar no do bom porque decidi, num dia de chuva, ficar alérgica aos derivados da Baca.
Não percebo, tenho os meus colegas todos a olhar para mim com cara de chocados. Ainda não entendi porquê. Acho que, desde o momento que dei inicio a este texto, já comi 300 gramas de amêndoas rançosas.
Ai, já me dói a barriga.

domingo, 4 de janeiro de 2009

Preta Escura


A vantagem de um fim-de-semana passado em África, ou para ser mais precisa, em Moçambique? Queres saber? Passá-lo dentro da piscina com amigos. A água passou de azul a verde de tanta gente que lá nadava, ou tentava. A água já não tinha cloro, tinha Vodka. Bastava mergulhar de beicinho aberto e ficava-se com os copos.
A borda da piscina era uma passerelle de garrafas de cerveja, tinha para todos os gostos. Desde a Green à 2M. Da estrangeira à nacional. É assim que eu enterro os meus dias, ao sol, de papo para o ar e de copo vazio. Sim, de copo vazio, porque cada bomba do João do Coração era meio copo de Gin entornado.

Para ser sincera, a minha pessoa no meio de empurrões e moches é como o Bush a gerir a economia dos EUA, uma naba. Aliás, eu sou um tanto ò quanto trapalhona em certas situações, inconveniente quando ninguém tem coragem de o ser e mal educada quando me irritam. Eu que, para além de gostar de manter os copos cheios, estava a fazer um esforço incrível para não molhar o meu chapéu novo e encontrar inspiração na natureza para o meu trabalho de investigação. Eu que nem sou de farras e sou super tímida. Eu? Eu fui apanhada desprevenida com o peso do João do Coração.
De facto tenho que confessar que, aproveitar o dia é hoje muito mais o meu estilo. Agora estou nessa. De dia as pessoas são pessoas. Eu consigo com mais facilidade ver-lhes a cor dos olhos e as veias dos braços. De dia os corpos são saudáveis.
E é com esta visão que transformei três dias de possíveis noitadas, em três dias de banhos solares magníficos, com muito convívio à mistura, loucura e boa disposição. Agora sou a Preta no verdadeiro sentido da palavra. Estou escura como nunca.