domingo, 4 de janeiro de 2009

Preta Escura


A vantagem de um fim-de-semana passado em África, ou para ser mais precisa, em Moçambique? Queres saber? Passá-lo dentro da piscina com amigos. A água passou de azul a verde de tanta gente que lá nadava, ou tentava. A água já não tinha cloro, tinha Vodka. Bastava mergulhar de beicinho aberto e ficava-se com os copos.
A borda da piscina era uma passerelle de garrafas de cerveja, tinha para todos os gostos. Desde a Green à 2M. Da estrangeira à nacional. É assim que eu enterro os meus dias, ao sol, de papo para o ar e de copo vazio. Sim, de copo vazio, porque cada bomba do João do Coração era meio copo de Gin entornado.

Para ser sincera, a minha pessoa no meio de empurrões e moches é como o Bush a gerir a economia dos EUA, uma naba. Aliás, eu sou um tanto ò quanto trapalhona em certas situações, inconveniente quando ninguém tem coragem de o ser e mal educada quando me irritam. Eu que, para além de gostar de manter os copos cheios, estava a fazer um esforço incrível para não molhar o meu chapéu novo e encontrar inspiração na natureza para o meu trabalho de investigação. Eu que nem sou de farras e sou super tímida. Eu? Eu fui apanhada desprevenida com o peso do João do Coração.
De facto tenho que confessar que, aproveitar o dia é hoje muito mais o meu estilo. Agora estou nessa. De dia as pessoas são pessoas. Eu consigo com mais facilidade ver-lhes a cor dos olhos e as veias dos braços. De dia os corpos são saudáveis.
E é com esta visão que transformei três dias de possíveis noitadas, em três dias de banhos solares magníficos, com muito convívio à mistura, loucura e boa disposição. Agora sou a Preta no verdadeiro sentido da palavra. Estou escura como nunca.

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