terça-feira, 30 de dezembro de 2008

O Malato na busca da Felicidade


Não me venham dizer que o Malato do Jogo Duplo e de outros programas afins, é mau. Não é pá. O tipo é do melhor que a televisão portuguesa tem. O tipo é o Tipo.
Vejamos a situação económico-financeira de Portugal. Vejamos. Tá péssima, aliás, o mundo tá péssimo. Tá tudo virado de pernas pró ar porque, um dia, decidiu-se que o Estado em nada deveria regular a economia, quem regula é o capitalismo selvagem. Os políticos e pensantes de todo o mundo reúnem-se, discutem e tomam medidas. Tomam as medidas que nunca tomaram, porque não há memória de uma crise tão acentuada. Os indicadores da conjuntura portuguesa têm revelado desaceleração do investimento e do consumo privado. Isto dizem os indicadores porque a verdade é outra, a verdade é que o português gosta de xofar, isto é, gosta de mostrar, viver de aparências e lá vai sobrevivendo. Ora Bem, isto são histórias. Vamos ao Malato.
Ora vejamos mais uma vez. Este homem é o símbolo da felicidade. É o herói português que conseguirá despoletar a luz ao fundo do túnel para todos os portugueses, desde os velhos do Restelo às Barbies da Linha. Por mais mãos invisíveis (Adam Smith) que os gurus do capitalismo introduzirem na economia, por mais valor que agora produzam ou tentem produzir, é preciso que o povo sinta estas intervenções e aumente os índices de felicidade. É aqui que entra o Malato. Entra como um agente interveniente. Um agente regulador ou atenuador da crise. Vejam, o Malato tá sempre bem disposto e transmite-o. O Malato é simples, genuíno, espontâneo, barraqueiro, apresentador, influente, bem falante, culto e gordo.

Analisem outros países. Tomemos como exemplo a atitude do povo Moçambicano. Têm ideia do que, em menos de um ano e meio se passou neste País? Ora deixem-me enumerar sumariamente:
Cheias »»» fome »»» mortes »»» desalojados;
Aumento dos combustíveis »»» Aumento dos transportes públicos »»» revolução;
Explosão do Paiol da Beira e de Maputo »»» mortes »»» feridos »»» desalojados »»» traumas;
Terramoto »»» desalojados »»» feridos »»» traumas.

Agora, analisem o posicionamento deste povo em termos de satisfação/ felicidade. Reagiram na maior. Passaram por cima. Ultrapassaram, sobreviveram, beberam e fizeram filhos. Riem-se das situações desastrosas. Bola para a frente. Que fazer?
Agora imaginem se o Malato não existisse em Portugal. Se não existisse tínhamos 100% dos portugueses tristes, pessimistas, sofredores mas gastadores.
Acredito na criação de mais Malatos e SPAs de terapia a favor da felicidade e do optimismo. Os portugueses deverão despertar o que de melhor há em si e se para isso é preciso ver a RTP todos os dias, então que se veja.

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