segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

A Vida


Ela odeia que lhe toquem no umbigo. Ela odeia mexer em umbigos. Acreditem que o seu odiar é perigoso, devastador, mortífero. O umbigo dela é perfeito, redondo, tem a Vida, alimenta a Vida. O umbigo dela já não é só dela. É dos dois. E os dois terão que se decidir.

A Vida é uma montanha de ocasiões, encontros, procuras, desejos e mágoas. A Vida é tudo o que criamos, que partilhamos, que somos. A Vida é a origem do futuro. A Vida não é nada mais do que o resultado das loucuras. A Vida agora é o umbigo dela.

Ela é leve, decidida, selvagem. Ela é ela. É a Vida, é o umbigo. É onde tudo começou e onde tudo vai acabar. Hoje tudo vai acabar para Ela. Hoje a Vida cruzou-se com o vento e provou o mar. Hoje estas duas forças têm uma história para contar. O mar levou para longe as lágrimas dela e o vento soprou-lhe os cabelos. O Vento arrastou a Vida.

O que te posso eu fazer? Posso ajudar? Posso pensar numa solução melhor? Posso tocar-te no umbigo e sentir? Posso ficar com a tua Vida? Posso dizer que sempre tiveste uma solução para tudo? Posso dizer que nada te fará mudar de ideia?

Posso-te pedir ajuda? Dá-me algo para eu me agarrar, dá-me o chão, dá-me a Verdade. Dá-me o teu umbigo e leva-me à Vida.

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